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Dentro da maloca Ʉhtã Bo’ó Wi’í: uma vivência com o povo Yepá Mahsã

  • Foto do escritor: Do Norte Ao Norte
    Do Norte Ao Norte
  • 23 de dez.
  • 2 min de leitura
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O dia já começava a abaixar o tom quando fomos recebidos por Yupuri, em uma comunidade do povo Yepá Mahsã (Tukano), no município de São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas.


Ali, o primeiro aprendizado foi simples e direto:não se chega com pressa em um território ancestral.



A chegada e a primeira noite


A noite começou com a janta, compartilhada sem cerimônia.Além de alimentos mais presentes no cotidiano, como arroz, feijão e frango guisado, a mesa também trouxe pratos tradicionais do povo Tukano, como mujeca e quinhapira — comidas que carregam história, técnica e identidade.


Depois da refeição, entramos na maloca Ʉhtã Bo’ó Wi’í.Não como visitantes curiosos, mas como quem aceita estar em silêncio.


Dormir ali não era apenas dormir em um espaço diferente.Era estar dentro de um lugar onde rituais, decisões coletivas e saberes ancestrais acontecem.

A maloca não é cenário.Ela é organismo vivo.


A manhã e os ensinamentos da maloca


Na manhã seguinte, Yupuri nos apresentou cada canto da maloca, explicando seus significados, sua organização interna e o papel espiritual daquele espaço para o povo Tukano.


Nada ali existe por acaso.Cada divisão, cada orientação, cada detalhe carrega um sentido construído ao longo de gerações.


Essa vivência foi menos sobre aprender conceitos e mais sobre entender o lugar da espiritualidade na vida cotidiana. Ela não aparece como evento pontual, mas como base silenciosa de tudo.


Observação de aves no igapó


Ainda cedo, seguimos para um igapó próximo à comunidade, para uma observação de aves.


O dia começava devagar.Os sons da floresta iam se sobrepondo.O corpo ainda tentava acompanhar o ritmo do lugar.


Ali, ficou claro que natureza e espiritualidade não são dimensões separadas. Elas caminham juntas. O território ensina sem precisar explicar.


O que fica dessa vivência


Essa passagem pela maloca Ʉhtã Bo’ó Wi’í não foi sobre ritualizar a experiência.Foi sobre escutar.


Escutar o espaço.Escutar quem vive ali.Escutar o que não precisa ser traduzido.

A convivência com o povo Yepá Mahsã deixa uma certeza:há conhecimentos que só se acessam quando a gente diminui o próprio ruído.



Um ponto importante antes de seguir viagem

Experiências como essa deixam claro que conhecer a Amazônia exige responsabilidade. Não é lugar de consumo rápido, nem de curiosidade vazia. É território vivo, com pessoas, regras e tempos próprios.

Pra quem busca conhecer o Amazonas de forma mais consciente — respeitando comunidades, cultura e ambiente — existem experiências organizadas que ajudam a fazer esse caminho com mais cuidado: 👉 https://www.civitatis.com/br/amazonas/?aid=110186&cmp=post_site_dnn

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